junho 10, 2008

Web TV traz projeto de apresentação do Berohokã

audiovisual
Por Ney Hugo | Espaço Cubo



Essa entra pro rol das maravilhas tecnológicas democráticas dos tempos atuais. Hoje a Web Tv do Projeto Berohokã lançou mais uma edição de seu programa. Dessa vez o conteúdo postado é o projeto eletrônico. O que acontece é que todo projeto cultural elabora o seu projeto comercial, que visa a captação de apoio e patrocínio. No caso do Berohokã, esse projeto foi feito de maneira pouco comum, em audiovisual, com atores envolvidos. Vale ressaltar que parte da trilha foi feita pelo guitarrista Bruno Kayapy, da banda mato-grossense Macaco Bong - que saiu recentemente na Revista Bravo! como uma promessa do ano de 2008. O texto é de Lenissa Lenza, que também assina o roteiro do documentário do Berohokã, que mostrará facetas jamais vistas do gigantesco (e matogrossense) Rio Araguaia. Além do vídeo-documentário, será lançado também um cd com canções relacionadas ao rio e um livro de fotografias, com os registros imagéticos do Araguaia. Para assistir ao projeto eletrônico, basta dar o play no vídeo acima.

+ Mais informações sobre o Projeto Berohokã você encontra no: www.berohoka.blogspot.com.

maio 13, 2008

Varela conta novidades sobre a produção

Da Produção
Por Barbara Varela



A primeira expedição, que contou com a presença de Renato Reis e Marcelo Biss, teve como meta a captação de imagens do rio Araguaia durante a época da cheia. Esse trabalho foi desenvolvido através de imagens aéreas e em barcos. Foi quando a equipe teve o primeiro contato com o rio, em sua total extensão, escolhendo alguns pontos onde eles acharam interessante para ser retratados em período de cheia. A próxima expedição vai ser subsidiada pelas pesquisas trazidas por Flavianny Tiemi, do Movimento Panamby, que vem coordenando a apuração de dados sobre a região. Serão os dados trazidos por ela que subsidiarão a roteirista Lenissa Lenza e o diretor do documentário Marcelo Biss sobre quais pontos serão interessantes a serem abordados pelos documentaristas no roteiro.

maio 07, 2008

Tv Berohokã lança terceira edição



O projeto Berohokã lançou nesta semana a terceira edição da TV Berohokã, que desta vez estampa na tela o idealizador Luiz Jacarandá, que faz uma ampla explanação sobre como está a produção do projeto.

O programa traz imagens de Jacarandá colhidas duranta a primeira viagem a região do Araguaia, que teve como meta realizar os primeiros registros audiovisuais sobre o grande rio.

Para assistir o programa, basta clicar no player disponível acima, ou acessar a página do projeto no You Tube!
.
.
.

Luiz Jacarandá fala sobre o início do projeto Berohorã

Confira abaixo o que o idealizador e produtor executivo Luiz Jacarandá fala sobre o prjeto Berohokã.


Cubo Comunicação: Sobre o rio, porquê de registra-lo? Você dizia que não existe um trabalho desse a nível nacional.

Luiz Jacarandá: Primeiro eu sou proponente do projeto. Nasci na margem direita do Rio Araguaia, numa cidadezinha chamada Balila, Goiás, de frente para Torixuaréu, no Mato Grosso. Havia uma paixão pelo Araguaia, não só minha, mas de toda família e amigos, de grupos de trabalho, etc. Descobrimos que não existe nenhum trabalho especial sobre o Araguaia. Há trabalho pontual de alguns documentaristas brasileiros, como a Paula Saldanha, na beira do Xingú, na época de praia em um determinado local. Ninguém retratou o Rio Araguaia de ponta a ponta, das nascentes, que são várias, até sua foz, no Tocantins, onde se junta lá no Pará pra cair depois na represa de Tucuruí. ntão tomamos uma decisão: formamos um grupo de trabalho, fomos até a Secretaria de Cultura, conseguimos um aporte inicial do projeto para posteriormente fazemos a captação do projeto, bem formatado. Juntamos um grupo de trabalho: roteiristas, pesquisadores, técnicos, que tem conhecimento de formatação de projeto, diretores que além da vontade, tem também certa experiência em retratar natureza; fotógrafo que tem especialidade em natureza (se você buscar um banco de dados, um banco de fotos, você consegue muita fotografia, mas coisas muito simples sem resolução e sem nada), então resolvemos criar o projeto. Berohokã é o nome do Rio na língua Carajá, significa Grande Rio. De início foi formatado como “Arte e Magia nos meandros do Araguaia”, mas vai ser passado como o Grande Rio. Nós pretendemos fazer um em âmbito nacional, o projeto nosso é pro Brasil, sabe-se lá pra fora (do Brasil). Portanto vamos faze-lo em português, inglês e espanhol. O projeto consiste em um livro Arte, que vai levar todas essas fotos das viajem pelo rio na cheia, o rio na seca e vai onde vai estar (no livro) uma divisão em culinária, povos indígenas, peixe e uma série de outras divisões. Esse livro-arte vai ter capa dura, um produto muito bonito, e um lado dele, a primeira contra-capa, vai haver um Cd com o documentário do rio. Da nascente à foz. Mostraremos o Araguaia duma forma que todo mundo conhece, que é romântica, bonita, mas vamos mostrar (também) os problemas, principalmente as nascentes que estão devastadas. Se você olhar uma foto que eu acabei de ver, verá uma erosão enorme e soja do lado, um negócio louco, se brincar o trator cai lá dentro.


Cubo Comunicação: Então uma das metas seria fazer uma denúncia sobre os fatos que afligem o Araguaia?

Luiz Jacarandá: Em Goiás e Mato Grosso, os órgãos fazem esse tipo de trabalho. Nós não vamos fazer denúncia, vamos mostrar a realidade do rio, onde ainda tem mata ciliar, onde se preservou; onde ainda tem peixes e onde não tem mais, onde há povos indígenas e quem é esse povo indígena que está na beira do rio. A história desses povos, o folclore que envolve a margem do rio, que é algo fabuloso e esses personagens que estão na beira do rio. Você pode, de repente, achar um canoeiro que tem cinqüenta anos remando e que somente a história dá um livro. Essa cidade tem pessoas lá dentro que a fizeram, construíram e participaram daquele progresso, foram pioneiros e devem ter muitas informações. Então não existe em lugar nenhum... Existe apenas fragmentado no Brasil um trabalho de pesquisa sobre o rio. Quem passou pelo rio. Mas uma meta principal é mostrar a beleza dele nas praias de julho, quando, por exemplo, os festivais de praia o transformam, é uma beleza incomensurável. Nós vamos mostrar os dois lados do jogo.



Cubo Comunicação: Como que é esse de estar lançando o produto híbrido?

Luiz Jacarandá: Tudo nasceu na realidade baseado primeiro no CD, e depois descobrimos que tínhamos que fazer um produto completo. O CD são músicas com cantores que cantam só o Araguaia, músicas exclusivamente só sobre o tema. Tem cantores de Mato Grosso, Goiás e todos eles têm belas músicas do Araguaia. Têm músicas antigas, músicas novas, que vão ser lançadas no próprio CD. Estamos tentando trazer alguma obra do Pará que também seja importante. O livro, o CD e o documentário têm um sentimento só, é um produto só na realidade, por isso que eles são juntos, atrelados. Mas cada um vai ter uma historia posterior.



Cubo Comunicação: É que na verdade vai ter vários formatos de inserção

Luiz Jacarandá: Isso. Já está no projeto alguns shows incluindo esses cantores todos, que pode virar um DVD, de repente. O próprio grupo que fez o documentário pode estar gerando esse DVD, então são produtos que vão aparecer. A partir de agora Berohokã é uma marca que vai mostrar pro Brasil o que não é conhecido sobre o Rio Araguaia. Principalmente algumas discussões fortes como o tamanho do Rio Araguaia, é um assunto que vamos colocar em pauta. Não queremos só criar polêmica, nós vamos lançar isso, por que é muita coisa. E provavelmente nossos roteiristas já descobriram isso, posteriormente o Berohoká continua através de outros documentários... vai ser fragmentado. Há histórias bonitas que devem ser contado paralelo a isso. Então, esse é o primeiro, o Grande Rio, grave isso: Berohokã, o Grande Rio. Língua Carajá.



Cubo Comunicação: Como vocês visualizam na constituição do projeto de ter parceiros envolvidos no setor da cultura, como no caso, o próprio Espaço Cubo fazendo assessoria, Circuito Fora do Eixo... Como você acha que esse campo da cultura vem tendo essa relação com esses projetos, com a iniciativa privada... ?

Luiz Jacarandá: Achamos o seguinte: ninguém vive sozinho. Quando imaginamos o projeto ele tinha um tamanho. Porém, descobrimos que ele é muito maior do que nós. Se nós não agregarmos quem tem interesse de defender o rio, de mostrá-lo, nós não vamos chegar a lugar nenhum. Então precisamos do poder público pra dar a primeira alavancada no projeto. A chancela do poder público vai nos ajudar a fazer captação. Nós temos que buscar pesquisadores interessados por que tem muita gente que faz trabalho em nível de universidades pelo Brasil, que está precisando de uma vitrine dessas, pra mostrar esse produto. E nós podemos estar usando esse produto pra chamar esse profissional. Então se nós não buscarmos pessoas de todas as matizes, que pensam de maneira diferente, mas que possam nos ajudar a falar a verdade do Araguaia. Pensamos assim: a região do Araguaia é a mais bonita, mas é a mais pobre. Isso é uma coisa do poder público, mas fora do poder público nós temos que fazer alguma coisa. Talvez a gente falando do rio e depois começando a falar de alguns outros temas paralelos, colocando isso pra fora, a gente começa a fazer as pessoas descobrirem que existe uma região que precisa ser olhada e analisada. Esse rio insiste em sobreviver, recebendo outras águas e da metade em diante ele vai ficar belo pro peixe, pra pescaria, pra tudo. Ai ele vai pra uma região pobre, que é o Araguaia e do outro lado do Tocantins, extremamente pobre. Ele nasce na riqueza onde ninguém está protegendo-o. Existem trabalhos, tentativas, mas nada que seja efetivo mesmo pra resolver a questão das nascentes do Araguaia. Ele vai embora pra ficar bonito numa região pobre. É algo a ser estudado isso, é a mão de Deus. Eu brinco que as pessoas falam em praia, porém, em trinta minutos de vôo em determinado momento do Araguaia, você consegue visualizar mil praias inóspitas, pois o rio todo ano constrói a praia num lugar. Depende da correnteza, da última enchente. Não existe isso no Brasil. Esse projeto Berohokã vai se transformar em algo importante pro Brasil estudar, com certeza.


.
.
.

abril 23, 2008

Primeira viagem: o Berohokã como você nunca viu!

fotos: Renato Reis
























Diário de Bordo - Primeira Expedição ao Araguaia

textos por Luiz Jacarandá
fotos: Renato Reis
(clique nas imagens para vê-las ampliadas)


Barra do Garças-MT / aragarças-Go
09 /Abril
13h30.


O projeto Berohokã realmente na sua essência operacional começou hoje, com o início da viagem aérea, que irá cumprir todo o percurso do rio Araguaia, nosso grande rio. Saímos de Cuiabá ás 06h15 da manhã da quarta feira, com toda nossa equipe chegando junto ao aeroporto Marechal Rondon.

Nossa equipe desta primeira viagem foi composta pelo nosso diretor geral do documentário Marcelo Biss,seu auxiliar o silencioso e prestativo Kelvin, o fotógrafo Renato Reis, nosso comandante da aeronave, e ainda a minha presença como colaborador.


a equipe



Poderemos chamar de detalhes: óbvio que após a decolagem o sono causado pelo cansaço dos Preparativos intensos do dia anterior dominou a todos, mas logo em seguida já recuperados, chegamos nas proximidades da cidade de Alto Taquari, onde faríamos apenas sobrevôo e já tendo a chance de visualizar as nascentes do grande rio. O interesse e o foco da viagem já ficaram totalmente evidentes. Após sobrevôo simples, seguimos em direção a Alto Araguaia acompanhando o curso do rio, começando o primeiro procedimento de filmagem do rio, sem a porta do avião para que o nossa equipe pudesse começar a buscar a essência do Grande Rio.


Esse primeiro sobrevôo foi da nascente e seus banhados em alto taquari até de novo alto araguaia, e suas cachoeiras logo abaixo da cidade. Pudemos ver o encanto no retorno da nossa equipe pelas primeiras imagens obtidas, e também já ficamos sabendo do primeiro acidente de viagem, nosso grande, silencioso e profissional Kelvin sofreu com os solavancos e curvas de um vôo muito baixo e irregular e vomitou. Mas não é problema, isso neste ramo é normal. Após o retorno ao aeroporto de Alto Araguaia, descemos no sentido do cais da cidade onde a equipe fez um período de navegação pelo rio. Durante este período, aproveitamos para visitar oficialmente a prefeitura da cidade e seu prefeito Maia Neto, que durante o período que lá estivemos nos deu total apoio com sua equipe e registramos oficialmente a presença do mesmo como participante da galeria amigos do Berohokã. Após tudo isso, já cansados, almoçamos e seguimos rapidamente para decolarmos para Barra do Garças, passando por Araguainha, Ponte Branca, Baliza e Torixoréu, aterrizando no aeroporto de Aragarças/Go, para iniciarmos nova etapa.



ARUANÃ/GO - Quarta Feira
09/Abril
23h00.


Chegamos em Aruanã já bem tarde, no crepúsculo. Antes, realizamos o segundo trecho acertado da viagem aérea, decolamos de Aragarças –Go, retornando para a região de Baliza/Go e Torixoréu regiões antigas de garimpo de diamante, que hoje começam a retornar a exploração, só que de modo extremamente tecnológico, prometendo não afetar o meio ambiente do nosso grande rio araguaia. Fizemos tomadas aéreas de toda a extensão dos canionns cheios, o rio nesta região é bastante sinuoso, com correntezas fortes. Imagine como era a navegação obrigatória naqueles tempos de poucas alternativas de estrada e enfrentando estas correntes fortes de água.



Mostramos bem as cidades de Torixoréu e Baliza, outroras capitais do diamante, cidades onde grandes negócios aconteciam, grandes comércios existiam, riquezas apareceram e se estagnaram. Do mesmo jeito que o sonho do garimpo se foi, ficaram suas igrejas, suas cidades com suas magias e muita história, levando a vida como o Grande Rio, insistindo em sobreviver.

No retorno tivemos o primeiro susto com presença de chuva fraca, mas ainda conseguimos registrar o esplendor do encontro do Grande Rio com um de seus maiores afluentes: o Rio Garças, os quais provocam o grande encontro em Barra do Garças/MT de frente para Aragarças/Go, tendo ainda Pontal do Araguaia ao centro como que a reverenciar o momento.



Fizemos imagens das serras de barra do garças, do parque da serra azul, das belezas as suas margens com suas avenidas, teatro de arena, belas imagens... Descemos novamente em aragarças para abastecer e seguir direto para aruanã. No aeroporto local fomos muito bem recebidos pelo pessoal da prefeitura municipal, e pelo nosso novo grande amigo o Goiano Aleixo, hoje morador definitivo de aruanã, que nos levou para o hotel, nos acomodou, e já combinamos a ajuda para o outro dia. Saímos para jantar e logo retornamos, porque fora o cansaço, queria ver o jogo do Mengão na libertadores. Feliz com o mengão agora é hora de dormir, bom, se os ruídos dos roncos do Marcelo Biss permitirem, UM GRANDE ABRAÇO BEROHOKÃ.

Nota: Quem não conseguiu ir jantar e parece que optou pelo período maior de sono foi o nosso fotógrafo Renato Reis, o homem apagou e acordou só no outro dia cedo.


SANTA TEREZINHA / MT QUINTA FEIRA.
10 /Abril
22h00.


Acordamos bem cedo com a intenção de navegarmos pelo rio para obtermos imagens da cidade do ponto de vista do rio, já que as imagens aéreas faríamos mais tarde. O barco do amigo Aleixo e seu piloto já estava nos esperando ancorado em frente o hotel. Enquanto a equipe filmava do ângulo do Rio cheio, fui visitar a cidade acompanhado do amigo aleixo e do prefeito Hermano Carvalho. Descobri que Aruanã é na verdade uma pérola nas margens do Araguaia, cidade toda organizada, extremamente arborizada, com administração moderna, cidade que atrai turistas de toda matiz, comuns, famosos que compram residências na cidade e passam a freqüenta-las... sempre exemplo importante o da atriz Glória Pires.



Decolamos, filmamos a cidade por cima, o rio, e fomos em sentido Cocalinho –MT. Fomos muito bem recebidos pelos amigos Irineu, Menestrel, fizemos filmagens da cidade e do rio pelo ângulo do avião e barco, e seguimos urgentes para São Miguel do Araguaia para aproveitarmos a visita do Governador de Goiás e dele obtermos alguma entrevista. A chegada do Governador atrasou duas horas, antes das quais resolvemos seguir em frente para não comprometermos o nosso roteiro do dia, não sem antes almoçarmos na companhia do Álvaro Coutinho um ferrenho defensor do Araguaia através do seu site http://www.araguaia.com.br/.

Seguindo passamos pelo parque (APA)de proteção ambiental meandros do Araguaia que pega um pedacinho de Tocantins, boa parte em Goiás e MT. Seguindo conseguimos sobrevoar o início da ilha do Bananal, onde o rio javaés abre sua maior perna para começar a formar a maior ilha do mundo. Muitas imagens fascinantes que deixaram nossa equipe entusiasmada; Aterrisamos em São Félix do Araguaia, e aproveitamos para, sem porta da aeronave, fazer imagens belíssimas das áreas frontais da cidade e arredores, da barra do rio das Mortes caindo exuberante no Araguaia. Decolamos para Santa terezinha já com o horário apertado, mas chegando lá fomos recebidos pelos amigos Geraldo Neres e Rui Milhomem, mas a equipe ainda conseguiu navegar pelo Rio e realizar belas imagens dos alagados da frente da cidade, lugar maravilhoso, na cheia e também na seca.



Mais tarde, um bom banho no hotel para revigorarmos as forças, jantamos fartamente e fomos direto para a a cama porque mais uma vez, o cansaço dominava a todos. Antes cada um fez seu contato com suas famílias disputando um único orelhão na porta do hotel. “Um grande abraço Berohokã”.



XAMBIOÁ / TO - SÃO GERALDO DO ARAGUAIA/ PA.
11 /Abril
21h30.


Decolamos de Santa Terezinha por volta de 07h00 da manhã, mas antes a equipe montou uma estrutura de câmeras com lentes especiais para pegar o nascer do sol. Devem ter ficado maravilhosas as imagens. Seguindo viagem passamos por cima da localidade e da lagoa chamada de Lago Grande em MT. Logo em seguida já pegamos a foz do Rio Javaés, local importante onde se faz o fechamento da ilha do Bananal, conhecido como barra das princesas, entramos no estado do Pará, descemos na cidade de Santa Maria das Barreiras, antiga Santana do Araguaia.



Já na chegada fizemos o sobrevôo sem portas pelas margens do rio na cidadezinha e depois seguimos em veículo da prefeitura municipal até o paço municipal, onde fomos recebidos pelos secretários de meio ambiente e cultura e turismo, e pelo prefeito. Andamos pela cidade e fizemos imagens exuberantes das margens do rio, principalmente daquele pequizeiro preservado às margens às custas de muro de arrimo, algo maravilhoso. Conhecemos pessoas interessantíssimas como Dona Deroci Piaçava, que certamente irá ser na segunda parte do projeto uma de nossas entrevistadas para fornecer farto material de pesquisa para a equipe.

Decolamos para Araguacema onde, por causa do mal tempo nesta parte da viagem, apenas fizemos sobrevôo, e seguimos direto para Conceição do Araguaia / PA. Alugamos um veículo Kombi para facilitar o deslocamento do pessoal da equipe, aproveitamos o horário e fomos almoçar. Logo após o almoço, iniciamos uma navegação num rio maravilhoso, perigoso, muito largo, até assustador. Eu segui para a prefeitura local para me encontrar com o Prefeito, secretário de turismo e Meio ambiente e colher informações e, como sempre, apresentar o projeto para facilitar o retorno na segunda viagem de junho/julho. A equipe no momento da filmagem levou um baita susto, porque foram colhidos por um temporal em plena filmagem no meio do Rio.



Após estes eventos, seguimos direto para o aeroporto, porque mais prenúncio de chuva se avizinhava. Por volta de 16h15 chegamos a Redenção /PA para abastecimento da aeronave, e imediatamente por causa do adiantado da hora seguimos para Xambioá/TO, que fica de frente para São Geraldo do Araguaia /PA.
Antes voltarmos, realizamos o sobrevôo sem porta para registrar a cidade e sua bela história , seus casarios, igrejas, e o cais do porto. Simples mas movimentado, Xambioá é o local central de onde aconteceram os combates da Guerrilha do Araguaia.

A noite fomos jantar no cais do porto, comemos bem, degustamos um peixe de nome Fidalgo, ao molho e frito, uma beleza. Logo após fomos direto dormir, porque o próximo dia prometia, e seria o último da primeira viagem.

abril 12, 2008

Web Rádio Berohokã # 01


Click here to get your own player.


Essa é a Web Radio Berohokã. Mais uma das mídias alternativas lançadas para levantar informações a respeito do Projeto Berohokã

Essa edição traz informações sobre o Projeto Berohokã, músicas relacionadas à temática do Rio Araguaia (que possivelmente estarão no cd a ser lançado e entrevistas com alguns dos envolvidos.


São eles:
* Luiz Jacarandá - assessor parlamentar; proponente do projeto
* Marcelo Biss - cineasta (zeiss); diretor do documentário
* Lenissa Lenza - produtora cultural (espaço cubo); roteirista do documentário
* Bárbara Varela - (zeiss); coordenadora de produção
.
.
.
produção
Gravações do documentário do Berohokã têm início

foto: José Medeiros


Tiveram início nesta quarta (09/04) as gravações do documentário do projeto Berohokã, que lançará junto ao registro audiovisual, um livro de fotografias, um site com informações sobre o Rio Araguaia, além de um CD com temas que marcam a vida cultural deste que é um dos maiores rios da bacia hidrográfica brasileira. Nesta primeira etapa de gravações, que ao todo serão três, a equipe formada pelo diretor Marcelo Bizz, pelo fotógrafo Renato Reis e pelo produtor executivo e idealizador Luiz Jacarandá sobrevoarão parte do trajeto percorrido pelo grande rio em período de cheia, colhendo imagens aéreas. Na próxima viagem serão colhidos depoimentos de ribeirinhos sobre o estilo de vida que marca a região. As gravações acontecerão até o dia 13, e mais informações sobre a viagem serão publicadas aqui!


_
difusão
Web TV Berohokã lançará segundo programa



Na segunda edição da Web TV Berohokã, o público poderá conferir uma entrevista exclusiva com a diretora de produção do projeto, Bárbara Varela, que contará novidades sobre a produção iniciada esta semana com a primeira etapa de gravação do documentário sobre o Berohokã. O novo programa será lançado nesta sexta (11/04), mas, por enquanto, o público poderá conferir a primeira edição do programa dando o play ali no vídeo acima.


_
Expediente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Reportagem: Marielle Ramires
Edição: Ney Hugo
Contato: cubocomunicacao@gmail.com, berohoka.ogranderio@gmail.com

.
.
.

abril 05, 2008

Universo em torno do Rio Araguaia será tema de projeto


Berohokã é o projeto que revelará o universo sócio-cultural, político e ambiental deste que é um dos mais importantes rios do Brasil e o 33º no ranking dos maiores do mundo. Para isso, um documentário, um cd com músicas da região, um livro de fotografias e um site com informações completas sobre o projeto serão lançados.






Fatos sócio-culturais e políticos, dados econômicos e histórias que cercam o universo do rio Araguaia darão o tom ao projeto Berohokã, que através de um documentário, um CD, um livro de fotografias e um site, revelará o amplo e rico universo que margeia este que é um dos mais importantes rios do mapa hidrográfico brasileiro e o 33º no ranking dos maiores do mundo.

Berohokã, na língua karajá, quer dizer "grande rio". O nome, bem como o projeto, foram concebidos pelo assessor parlamentar Luiz Jacarandá, goiano, natural de Baliza, cidade situada em frente ao município de Torixoréu, em Mato Grosso, que cresceu ao som das músicas tocadas por violeiros da região e das histórias míticas sobre o grande rio.


Jacarandá conta que todo o universo que cercou sua infância e despertou a paixão que sente pela região, aliado à ausência de relatos sobre o contexto em torno do rio Araguaia, foram as forças motrizes que o fizeram dar início ao projeto, concebido primeiramente sob o pretexto de se realizar um documentário que abrangesse o tema. "Até hoje não existe nenhum trabalho completo sobre o Araguaia, só registros pontuais de documentaristas brasileiros, como a Paula Saldanha, que registrou a beira do Xingu, numa época específica, que era a época de praia", conta. "O que queremos é ampliar o foco do debate, mostrando a região de uma ponta a outra, desde sua nascente à sua foz, revelando a geografia desse trajeto e os múltiplos aspectos sócio-culturais e políticos que envolvem os povos radicados ali", completa.

Em dezembro de 2007, tiveram início as manobras para viabilizar o projeto. Para sua execução, um núcleo de produção foi montado, tendo como um dos grandes aliados o diretor de audiovisual, Marcelo Bizz, que o ajudou a formatar as primeiras propostas operacionais e a montar a equipe, hoje formada por pesquisadores, roteiristas, produtores, fotógrafos e comunicadores.

"Foi nas discussões com essa equipe de produção que nasceu a idéia do CD, do livro e do site, pois havia muitos fatos importantes em torno que Araguaia que num único documentário não conseguiríamos abrange-los. Então a opção pela variedade dos produtos tem justamente esse intuito, que é o revelar as diferentes facetas que margeiam o Berohokã".


Os produtos têm previsão de lançamento para dezembro deste ano, depois de um amplo levantamento de dados e de imagens sobre a região, que acontecerão de abril a julho, em períodos sazonais diferentes.

Além do registro audiovisual, que será acessível via documentário e livro de co-autoria do fotógrafo amapaense Renato Reis (que trará fotos e registros fotojornalístico das paisagens, em seus múltiplos aspectos), uma compilação com músicas regionais ligadas ao universo musical do Araguaia e interpretadas por grandes expoentes da cultura regional serão lançadas em um CD, que reunirá nomes conhecidos como o do músico Pescuma e outros cancioneiros locais.

O documentário, o registro fotográfico, bem como um amplo banco de dados sobre a região do Araguaia poderão ser acessados pelo site, que se encontra em fase de construção, e será inaugurado meses antes. "Será através dessa home page que o público poderá acompanhar o desenvolvimento do projeto, através das notícias e das fotos que forem sendo feitas no período de produção", comenta Luiz.

A primeira etapa de registros terá início no dia 01 de abril, quando a equipe viajará pela primeira vez para registrar o período de cheia do rio. "Depois dessa primeira bateria de gravações, acontecerão outras duas, uma em junho, época de seca, e outra para apurar imagens que faltarem. Em agosto começamos a etapa de finalização do trabalho para dezembro termos todos os materiais prontos para lançamento", conta Bárbara Varela, coordenadora de produção.


Além da documentação, o Projeto Berohokã conta com uma experiência de produção inédita no setor do audiovisual em MT. Será capitaneado por um pool de produtores e coletivos, entre eles, o Instituto Cultural Espaço Cubo, que compõe a equipe de roteiro e assessoria de Comunicação, o Movimento Panamby, que assina a pesquisa, e ainda a Produtora Zeiss, que capitaneia a produção geral e a direção do documentário.


Sobre o Araguaia - Em Mato Grosso, um dos quatro estados por onde o rio cruza - outros três são Goiás, Tocantins e Pará - há quem reconheça a Região do Araguaia como espaço rico em cultura e exuberância natural, onde o pôr do sol torna a paisagem como uma das mais atrativas e com maior potencial turístico, e a produção cultural marca o cotidiano de um povo que vive dividido em habitat naturais e novos paradigmas trazidos pelas transformações urbanas.

Há quem considere ainda como mais importante ponto de destaque o seu potencial econômico: só em Mato Grosso, 331 mil habitantes se espalham por seus mais de 30 municípios (dados do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sendo que 250 mil famílias de pequenos produtores ali situados dividem espaços com as principais empresas exportadoras do agronegócio, que vem instalando armazéns com capacidade total de 250 mil toneladas. Isso sem contar o fato da deter o status de maior crescimento de área plantada no Brasil, nos últimos dois anos, segundo informações publicadas na "Agência de Notícias" de Sinop (MT).


No aspecto político a região ainda reserva muitas histórias. Num passado recente foi palco de resistência por parte de militantes políticos de esquerda que elegeram ali o terreno propício para a organização da luta armada que reagisse à hegemonia da ditadura então já estabelecida no Brasil. Daí seu símbolo de resistência e organização popular, hoje associada ao "padre da guerrilha" Dom Pedro Casaldáglia, personagem importante da região, conhecido pelo histórico de defesa dos índios e pequenos agricultores da região, contra governos, pistoleiros e até setores conservadores da igreja católica.

Há ainda o exemplo de projetos de urbanização como a construção da Residência Presidencial no meio da Ilha do Bananal (Tocantins) pelo presidente Juscelino Kubitscheck, a fim de fazer reuniões e receber personalidades ilustres, além de fortalecer o Turismo na região e o desenvolvimento econômico. Porém, o Hotel foi queimado hipoteticamente pelos índios karajás, vizinhos da região. Perceber ainda o impacto da cheia na Ilha do Bananal, segundo relatos, é crer que as terras, na seca valorizadas, tornam-se completamente desvalorizadas, considerando que o Rio cobre toda a região.